segunda-feira, 3 de junho de 2024

Jung




Tem muito tempo que to fugindo de você. Tem tantos jeitos que tento fugir de você. Mas você não vai embora. 

Outro dia vi um story no Instagram. Era um meme de um bebê que fica assustado com a própria sombra. Ele tenta correr e se desequilibra e chora. Fica correndo da sombra e no final cai. Devo ter visto esse video mais de uma vez, por que quando o vi, outro dia, eu sabia que já tinha visto ele antes. Bem, nesse meu ofício de consumista/produtor de dados pra enriquecer bilionário, é bem possível ter visto esse video antes sem ter guardado ele. Ou sem ter processado ele. Por que assim, o pai gravando o neném caindo assustado com a própria sombra tem que ser um pouco sádico, né? Mas quem que eu to tentando enganar? Faria o mesmo. Sadismo faz parte. E neném nem se machuca tanto quando cai. Eles caem o tempo todo.

Sigo fugindo de você como o neném fugia da sombra. E por mais que seja óbvia essa alegoria de alguém fugir da própria sombra (alô Jung), o sadismo de ficar vendo isso é que pega. Parei com esse sadismo. Parei de assistir essa fuga.

Me diz, o que você quer?



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