sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sobre a feiúra de Marina Silva



Uma vez, em 2012 na Rio+20, conversava com um grande advogado constitucionalista e ambientalista Paquistanês. Mais uma dessas oportunidades que a vida nos dá. Estávamos conversando sobre diversos assuntos e calhou de falarmos sobre Marina Silva. E ele me contou sobre a primeira vez que a viu, quando ela era Ministra do Meio Ambiente numa reunião da ONU. Ele não sabia quem ela era, mas quando ela entrou no ambiente todos prestaram atenção. Todos, de alguma forma, reconheceram que ela era importante. Ela exalava um respeito que vinha de dentro. Um respeito que vinha de sua autossegurança e até de sua fragilidade. No instante que ele a olhou, sabia que ela era alguém especial. Ele me disse que somos sortudos por ter alguém como ela em nosso país. Um país precisa de figuras assim.
Eu nunca tinha atentado para a feiúra de Marina Silva. Nunca foi algo que me chamou atenção, talvez até por que para mim ela é uma mulher linda. Mas Gustavo! Como assim "linda"? Você está exagerando em um sentido pra provar seu ponto de vista, né? Ou então está falando que ela é linda por dentro? No mínimo!
Não. Pra mim, sua aparência agrada aos meus olhos. Gosto de sua cor e de seu porte. A estética de suas roupas é impecável e seu cabelo em coque, apesar de não ser super estiloso, casa tão bem com o conjunto que realmente não consigo encontrar defeito algum. Suas roupas e suas jóias lindas só melhoraram pra mim depois que descobri que ela também é artesã e faz muitos de seus colares.
Quando escuto alguém falando sobre Marina Silva não ter porte para representar o Brasil, respondo que nesse quesito ela tem porte até de sobra. Isso vem de sua originalidade (alguns podem até chamar de brasilidade), sua biografia, até de suas roupas e sua cor. Ela tem cara de empregada? E empregada lá tem cara? Ela tem olheiras? Eu sou suspeito pra falar, mas acho olheiras lindas. Ela tem aquela cor incerta que não é nem de índio nem preta? Pois tenho uma novidade pra você, é a cor do seu país. E a maioria dos brancos daqui só são considerados brancos aqui mesmo. Percebi isso quando cheguei na Europa e vi que não era branco nem aqui nem na China. Em questão de porte, estamos bem servidos.
Nunca vi pessoas analisarem a beleza de Lula, Sarney ou FHC. A presidente Dilma tem que lidar com isso sempre, assim como Cristina Kirchner e outras mulheres em situação de poder. Podemos fazer uma análise do nosso machismo aqui. Mas o importante não é gostar ou não da aparência de uma candidata a presidência e sim suas posições políticas, programas de governo, base aliada, projetos econômicos e sociais...
Espero que, se você ainda estiver lendo isso, reflita sobre isso e comece a discutir o que realmente importa: o que Marina Silva ou Dilma ou Aécio representa para os próximos 4 anos de Brasil.
Mas pra mim, quanto à aparência, Marina Silva é Beleza Pura!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

The Storyteller







By Rebeca Sahagun



I remember our first conversation (I always do with special people). He asked – Hey! And you...where are you from?
– 
Mexico, I replied.
We were on the subway, line U6. This happened while waiting for the train. He told me he studied law, now he wanted to try something else. I think public policy was about trying something else, discovering new things.
He did discover that something else, but not at school. Usually important things are not learned in the classroom.
I saw the transformation from Plan B to action, from a blog to a novel, from a hobby to a lifestyle. He is not a lawyer, he is a storyteller. He could talk about academics, a party, a daily routine and make them sound interesting with a beginning, a middle and an end, as storytellers do. Storytellers make words convert into characters, landscapes, fragrances and so on. They have the power to transport you to other perspectives, other lives, other places and other times. It is about playing with the imagination, with the possibilities of other ways, of saying ‘no’ instead of ‘yes’ or vice versa, of having more than one life, more than one death.
As the storyteller is creating the story a process of revelation begins. It starts with wanting to tell your story, then the other version, followed by the third character witness and finally unraveling in a world of no limitations, where one can be a boy living in a farm in the 19th century, a housewife cheating on her husband in some suburb, a painter in the highest peak of his career.
From mouth, to paper, to me, the storyteller was inspiration. Thank you! 


PS: This text is a gift I got from my friend Rebeca Sahagun... It meant a lot to me to know she spent time generating, dreaming and writing those lines. Thank you, Rebeca!